Como aliviar a angústia em tempos de pandemia? Muitos traumas do passado que vínhamos carregando há um bom tempo começam a incomodar. A tensão resulta em falta de paciência e, consequentemente, em brigas e desentendimentos. Temos muitos cenários possíveis.
Quem está em casa tenta contornar o tédio de passar o dia sem poder sair ou encarar o caos de dividir o teto com muita gente. Quem está sozinho se sente mais só. Quem está em um relacionamento tóxico sofre ainda mais com a permanência constante de seu companheiro ou companheira em casa.
Mas eu tenho que sair para trabalhar, e agora? Para estes casos, o medo da contaminação é constante pelo novo coronavírus e o estresse também pode estar elevado nesse momento. Somos bombardeados diariamente com notícias ruins e índice alto de morte. Como manter o alto astral e os pensamentos elevados? A hipnose, uma ferramenta fantástica, pode ser usada para ajudar a manter a calma.
Traumas do passado: uma breve reflexão
Antes de falar sobre como a hipnose pode ajudar, gostaria de propor uma breve reflexão. Neste momento de solitude, em que questionamos nossa existência, o que dentro de você causa angústia? A sua vida era muito corrida e você vivia cansado ou cansada? O seu emprego era ruim e exaustivo? Tinha no seu ambiente de trabalho um chefe ou um colega que te irritava constantemente? Passava muito tempo dentro do transporte para se deslocar todos os dias? Você tem um relacionamento ruim que faz mal, mas insiste em permanecer nele? Seus filhos deixam você no limite e você perde sempre o controle? Você queria muito encontrar um grande amor?
Se você se identificou com qualquer uma dessas questões, te convido a se perguntar: é desta forma que você quer passar o resto da sua vida? Gostaria de mudar essa situação?
Todas estas questões têm um único objetivo. Mostrar que a crise nos traz uma oportunidade grandiosa de mudar. Sabemos que mudar é difícil. Temos crenças que nos limitam, a nossa famosa zona de conforto e nem todo mundo está disposto a enfrentar seu medo. Mas, agora, sem ter muito para onde correr, temos a valiosa chance de rever nossa vida e tentar mudar. A hipnose, entre muitas ferramentas, é uma forma de identificar o que ocorre e nos fazer entender o porque continuamos a reproduzir o que nos faz mal.
Como fazer auto-hipnose
Sente em uma posição confortável e feche os olhos. Respire fundo três vezes e perceba os músculos do seu corpo relaxarem. Comece pelos pés, pernas, região do quadril, braços, ombros e músculos de seu rosto. Após o relaxamento, traga para a sua mente o problema que causa angústia e se conecte com esse sentimento.
Não tenha medo e sinta essa sensação. Visualize em sua frente um caminho e o percorra lentamente até encontrar uma casa. Perceba em que tipo de casa que você chega. Se ela é uma casa bonita, feia, simples ou imponente. Entre nessa casa e procure o quarto. Neste local, haverá um espelho que passará um filme. Relaxe e olha esse filme, nele você verá a situação que está causando mal estar e que você quer resolver.
Em seguida, nesse espelho, você vai assistir uma situação passada, que pode ser de sua infância, adolescência ou até recente, e que tem ligação direta com o que você está passando. Assista como se fosse um filme. Terminando a sessão do espelho, agradeça e saia da casa. Caminhe, respire fundo e abra os olhos.
Pegue um papel e anote a experiência. Escreva como era essa casa. Acolhedora? Você estava em um lugar familiar ou estranho? Sentiu medo ou estava confortável? Todas essas sensações trazem muitas informações de como se sente com você mesmo (a). Caso não consiga sucesso na primeira tentativa, não desista. Aguarde algumas horas ou um dia e faça novamente. Esse exercício é simples.
Enfrentando os traumas do passado:
Olhar para a raiz das suas angústias alivia a sensação de desconforto. Essa informação nos ajuda a refletir sobre os motivos de repetirmos comportamentos e, trazer isso para a consciência, nos auxilia a elaborar questões que podem ser trabalhadas posteriormente com um bom hipnoterapeuta em uma sessão de hipnose. Normalmente, esse comportamento começa na infância com relações abusivas dentro de sua própria família. Investigar esses sentimentos e chegar no foco da dor pode ser libertador, mas a dica é procurar o alívio.
É preciso estar pronto para lidar com traumas do passado e dar fim naquilo que nos faz mal. É importante ter em mente que vivemos um período delicado e não adianta querer resolver todos os problemas de uma vez só. A pandemia e o isolamento social trazem à tona o que temos de melhor e pior. Entramos em contato com nossas angústias e ansiedades, mas também há um movimento grande de amor e solidariedade, pois não importa o que aconteça, temos que ser capaz de transmitir amor e ser menos rígidos e, claro, perdoar quem está à nossa volta.
E você? Como está se sentindo durante a pandemia?